SENTIDOS E SIGNIFICADOS INTRÍNSECOS AO ORGASMO FEMININO:
as influências das crenças sobre fé e amor romântico
Palavras-chave:
Amor romântico, Crenças religiosas, Revolução Sexual, Orgasmo femininoResumo
Introdução: A Revolução Sexual é um marco, representa movimentos sociais de emancipação feminina que ocorreram em diferentes países do mundo a partir da década de 1960, o movimento por meio do advento da pílula anticoncepcional foi capaz de dissociar o encontro sexual, de reprodução, o que viabilizou uma nova vivência para a sexualidade da mulher e consequentemente o encontro com o orgasmo feminino. Objetivo: Descrever a vivência do orgasmo feminino após a revolução sexual; explorar seus sentidos e significados; examinar a influência de crenças religiosas; e analisar a relação entre o amor romântico e o orgasmo feminino. Materiais e Método: Este estudo é uma pesquisa qualitativa baseada em uma revisão de literatura do tipo integrativa. A análise incluiu cinco livros e quatro artigos científicos através das buscas realizadas nas bases de dados: Revista de Sexualidade Humana, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Resultados: Os resultados foram organizados em três categorias de análise relacionadas aos objetivos deste estudo, são elas: 1. Sentidos e significados do orgasmo feminino; 2. Crenças religiosas e orgasmo feminino; e 3. Amor romântico e orgasmo feminino. Conclusão: A experiência do orgasmo feminino é influenciada por crenças religiosas e pelo entendimento de amor romântico. A sexualidade humana responde a uma conduta moral imprimida pelo contexto sóciocultural, vivendo-se sob a égide de valores repressores, as mulheres têm a relação com o próprio corpo e sua capacidade de sentir prazer afetadas. Conclusão: A cultura norteia o que os indivíduos podem experimentar, existe um mecanismo de controle sexual mais articulado para corpos femininos, as crenças religiosas e os ideais de amor romântico contribuem para o desconhecimento de mulheres sobre sua potência orgástica.
Referências
Foucault M. História da sexualidade: a vontade de saber. 10. ed. São Paulo: Paz e Terra; 2020.
Zanello V. A prateleira do amor sobre mulheres, homens e relações. Curitiba: Appris; 2022
Lins RN. Novas formas de amar nada vai ser como antes: grandes transformações nos relacionamentos amorosos. 9. ed. São Paulo: Planeta; 2017.
Rodrigues I. Pílula anticoncepcional marca a liberdade sexual feminina e expõe o machismo. In: IstoÉ. abr. 2022. Seção Saúde da Mulher.
Carelli AR. Sexualidade humana do passado ao presente. In: Diehl A, Vieira DL, organizadores. Sexualidade: do prazer ao sofrer. São Paulo: Roca; 2013. p. 1-38.
Richards J. Sexo, desvio e danação: as minorias da Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar; 1993.
Feldenkais M. Consciência pelo movimento. New York: Harper and Row; 1972
Masters W, Johnson V. A resposta sexual humana. Rio de Janeiro: Roco; 1966.
Kaplan HS. Manual ilustrado de terapia sexual. 4ª ed. rev. y ampl. Barcelona: Debolsillo; 2010.
Reich W. A função do orgasmo. 18. ed. São Paulo: Brasiliense; 2006.
Johnson RA. We. A chave da psicologia do amor romântico. 2. ed. São Paulo: Mercury Novo Templo; 1995.
Endsjo DO. Sexo e religião: do baile das virgens ao sexo sagrado homossexual. São Paulo: Geração Editorial; 2014.
Lorde A. Os usos do erótico: O erótico como poder. In: Lorde A. Sister outsider: essays and speeches. New York: The Crossing Press Feminist Series; 1984. p. 53-59. Tradução de Tatiana Nascimento dos Santos, dez. 2009.
Frederick DA, et al. Differences in orgasm frequency among gay, lesbian, bisexual, and heterosexual men and women in a U.S. national sample. Arch Sex Behav. 2018;47(1):273-288.
Hooks B. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. 1. ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos; 2018.
Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Rev Esc Enferm USP. 2010;44(1):102-6.
Marconi MA, Lakatos EM. Fundamentos da metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas; 2010.
Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas; 2017.
Campos CJG. Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Rev Bras Enferm. 2004;57(5):611-614.
Luz JHS, Ribeiro MDT, Soares D de S. Sexualidade humana: fundamentos clínicos e terapêuticos. Curitiba: CRV; 2021.
Zanello V. Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Curitiba: Appris; 2018.
Kaplan H. A nova terapia do sexo. 6. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1977.
Moraes SP, Brêtas JR da S. O ônus do prazer: o aprendizado da sexualidade de meninas em conflito com a lei. Rev Bras Sexual Hum. 2020;27(1)
Pereira A, Souza WF. Prazer sexual feminino: a experiência do orgasmo na literatura. Rev Bras Sexual Hum. 2019;30(2):31-37.
Oliveira L. Corpo-diário: da escrita de si à escrita da cena. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Natal; 2015.
Castelo Branco A. Masturbação feminina: repercussão de curso na mídia eletrônica. Rev Bras Sexual Hum. 2020;26(2):27-34.
Hooks B. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. 1. ed. São Paulo: Elefante; 2021.
Andrade RT, Cavalcanti R, Silva VM. Orgasmo feminino: prevalência de crenças errôneas em Pernambuco, Brasil. Rev Bras Sexual Hum. 2020;26(1):9-14.
