“IR À IGREJA OU À ACADEMIA?”:
Um estudo acerca do coping religioso no processo de envelhecimento do indivíduo
DOI:
https://doi.org/10.24863/rib.v17i1.594Palavras-chave:
Coping religioso e espiritual, Envelhecimento, Subjetividade, Espiritualidade, ReligiosidadeResumo
Introdução: Ao longo do tempo, o conceito de saúde passou por transformações significativas, evoluindo de uma visão estritamente biológica para uma compreensão mais dinâmica e abrangente, que incorpora aspectos psicológicos, sociais e espirituais, particularmente relevante no envelhecimento. Objetivo: Analisar o coping religioso e espiritual no processo de envelhecimento do indivíduo, assim como apresentar suas consequências, que podem se manifestar como fator protetivo ou de risco para essa população. Materiais e Método: Esta revisão integrativa de literatura foi baseada a partir de duas questões norteadoras, sendo elas: Como a religiosidade e a espiritualidade se apresentam no processo de envelhecimento? E, estariam necessariamente relacionadas a fatores protetivos ou também de risco? Os instrumentos de pesquisa foram artigos e periódicos, datados dos últimos cinco anos, encontrados em bibliotecas e revistas eletrônicas como Scielo, Google acadêmico, sciencedirect, BVS e LILACS. Os critérios de inclusão exigiam que as publicações fossem na língua inglesa ou portuguesa, que fossem relevantes ao público-alvo e que estivessem dentro da janela temporal. A pesquisa foi realizada em duas etapas, com descritores combinados conforme sua relevância temática. A análise de dados foi norteada a partir do método de análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Foram identificadas duas perspectivas principais sobre o enfrentamento religioso, uma onde a visão de realidade superior é entendida como punitiva, trazendo sentimento de culpa e outra onde a possibilidade de existência dessa realidade contribui para o bem-estar dessa população. A maioria das descobertas indicou que a religiosidade e a espiritualidade servem principalmente como estratégias de enfrentamento positivas na vida adulta, ajudando os indivíduos a lidar com os desafios específicos desta fase do desenvolvimento. Conclusão: Este estudo contribui para as discussões em andamento entre profissionais multidisciplinares sobre o valor relativo do exercício físico e da participação em práticas religiosas. Destaca a importância da complementaridade entre essas duas áreas, especialmente para idosos. Além disso, fornece uma base teórica para fundamentar a prática profissional, enfatizando a integração da espiritualidade e da atividade física como componentes essenciais e complementares na promoção da saúde e da qualidade de vida na população idosa.
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