CORRELAÇÃO ENTRE INTERNAÇÕES POR MICOSES E CONDIÇÕES CLIMÁTICAS EM SÃO LUÍS, NO PERÍODO DE 1998 A 2016
DOI:
https://doi.org/10.24863/rccp.v30i1.206Resumo
As micoses sistêmicas representam um problema de saúde pública no Brasil e são doenças endêmicas em alguns estados, como no Maranhão. São causadas por fungos que estão presentes no ambiente associados ao solo, vegetais, materiais em decomposição e excretas de aves. As condições climáticas podem influenciar a proliferação e a disseminação destes agentes, contribuindo com o aumento do número de casos de internações. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre as condições climáticas e as internações por micoses em São Luís (MA), no período de 1998 a 2016. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade CEUMA, a coleta de dados secundários referentes aos aspectos climáticos e de internações por micoses foi realizada em bases nacionais. A análise de Correlação de Spearman foi aplicada para os dados mensais de internações por micoses e precipitação ou temperatura máxima/ mínima. Foram registrados 786 casos de internações por micoses em São Luís, no período avaliado. Uma correlação positiva entre a precipitação (p< 0,05) e o número de internações por micoses foi observada, enquanto para as temperaturas mínima (p< 0,05) e máxima (p> 0,05), as correlações foram negativas. Os resultados deste estudo destacam que quanto maior a temperatura, menor o número de internações por micoses em São Luís. Este estudo destaca a importância da vigilância epidemiológica das micoses no Estado do Maranhão e da avaliação da modulação das condições ambientais na proliferação de fungos patogênicos.
PALAVRAS-CHAVE: São Luís, fungos, precipitação, temperatura.
Referências
Comitê Nacional de Pesquisas (EUA) sobre Clima, Ecossistemas, Doenças Infecciosas e Saúde Humana. 2001; Dignani, M.C. Epidemiologia de doenças fúngicas invasivas com base nos relatórios de autópsias. F1000Prime Rep 2014; 6:81.
DATASUS. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. 2017. Acesso a Informação. Disponível em: <http://datasus.saude.gov.br/datasus/quem-e-quem> Acesso em: 01 nov. 2017.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGRIOECYPARUA – EMBRAPA. Relatório do diagnóstico do macrozoneamento ecológico-econômico do Estado do Maranhão. BATISTELLA, M.; BOLFE, E.L.; VICENTE, L.E.; VICTORIA, D. DE C., ARAUJO, L.S. (Org.). – Campinas, SP: Embrapa, 2013. 325 p.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em: <http://cod.ibge.gov.br/2VT3Y> Acesso em: 01 dez. 2017.
KOLIVRAS, K.N.; COMRIE, A.C. Modelando a incidência da febre do vale com base em condições climáticas no condado de Pima, no Arizona. Int J Biometeorol. 2003; 47: 87-101.
MENDONÇA, Francisco e DANNI-OLIVEIRA, Inês M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. v. 1. São Paulo: Oficina de Texto, 2007.
PARK BJ, SIGEL K, VAZ V, KOMATSU K, MCRILL C, PHELAN M, et al. 2005. Uma epidemia de coccidioidomicose no Arizona associada às mudanças climáticas, 1998-2001. J InfectDis.
SHEPPARD, P.R.; COMRIE, A.C.; PACKIN, G.D.; ANGERSBACH, K.; HUGHES, M.K. O clima do sudoeste dos EUA. Clim Res. 2002; 21: 219-238.
SIH. Sistema de Informação Hospitalar. 2017. Consultas. Disponível em: <http://www2.datasus.gov.br/SIHD/consultas> Acesso em: 01 nov. 2017.
SILVA, F.B. et al. Evidências de Mudanças Climáticas na Região de Transição Amazônia-Cerrado no Estado do Maranhão. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 31, n. 3, 330-336, 2016.
SOARES, V.Y; LUCIO FILHO, C.E; CARVALHO, L.I; SILVA, A.M; EULÁLIO, K.D. Análise clínica e epidemiológica de pacientes portadores de HIV / AIDS admitidos em um hospital de referência da Região Nordeste do Brasil .Rev Inst Med Trop São Paulo 2008 ; 50 : 327 – 32.
SPEARMAN, C.E. “Inteligência geral" objetivamente determinada e medida. American Journal of Psychology, v. 15, n. 2, 201 – 292, 1904.
ZHANG, W.Y. et al. Measuring mixing patterns in complex networks by Spearman rank correlation coeficiente. Physica A: Statistical Mechanics and its Applications. v. 451, 440-450, 2016.
